Weber Haus leva 7 medalhas em Bruxelas e consolida o Brasil como referência global da cachaça

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Weber Haus leva 7 medalhas em Bruxelas e consolida o Brasil como referência global da cachaça

Na noite de 19 de dezembro de 2025, a pequena cidade de Ivoti, na Serra Gaúcha, virou centro do mundo da cachaça. Foi lá que a Weber Haus, destilaria fundada por imigrantes alemães há 77 anos, conquistou sete medalhas no Brasil Selection by Concours Mondial de Bruxelles 2025Bruxelas — quatro ouros e três pratas. Não foi sorte. Foi método. Foi história. E, sobretudo, foi a confirmação de que o Brasil não só produz cachaça, mas cachaça de elite — com identidade, tradição e um olhar global.

Um ouro para cada geração

As medalhas foram distribuídas com precisão cirúrgica: Cachaça Primavera Cabriúva, Weber Haus 200 Anos (edição comemorativa da imigração alemã), Extra Premium 7,5 Anos e Prata Rota 48 levaram o ouro. Já o Extra Premium 5 Anos Solera, Prata Clássica e Amburana ficaram com a prata. O júri, composto por 120 degustadores especializados, avaliou 2.100 bebidas de 54 países em provas cegas — sem rótulos, sem preconceitos. “A bebida ou sustenta o discurso ou cai fora”, disse um dos avaliadores ao Jornal de Brasília. Nenhum espaço para improvisação. Nenhuma margem para fumaça. Só o líquido, a terra e o tempo.

Isso não é novo para a Weber Haus. Desde que entrou no mercado internacional em 2007, acumulou 180 prêmios globais — 20 deles ouros no próprio Concours Mondial de Bruxelles. Em 2021, sua cachaça branca foi eleita a Best in Show – White no San Francisco World Spirits Competition, o que a tornou a melhor destilada branca do mundo. Hoje, é a destilaria mais premiada do Brasil. E ainda assim, não se acomoda.

Da cana ao mundo: um modelo de produção

O que diferencia a Weber Haus? Não é só o sabor. É o processo. Tudo começa na cana-de-açúcar cultivada de forma 100% orgânica, sem agrotóxicos, em terras herdadas de imigrantes que chegaram à Serra Gaúcha no século XIX. O processo de destilação é lento, em alambiques de cobre, e a envelhecimento acontece em barris de carvalho americano e amburana — uma madeira nativa que dá notas de canela, chocolate e frutas secas. Alguns lotes, como a Cachaça em Balsamo, são envelhecidos por um ano com ervas e anis, um segredo guardado como herança familiar.

E não é só tradição. É inovação. A edição comemorativa de 200 anos tem um diamante de 3,65 quilates na tampa — uma peça de arte líquida, com notas de flor, ameixa, laranja, menta e baunilha. “Não vendemos bebida. Vendemos memória, origem e identidade”, diz o site oficial da marca. E isso ressoa. Hoje, a Weber Haus exporta para 32 países, da Alemanha ao Japão, da Suíça à Austrália. Em cada garrafa, há um pouco da Serra Gaúcha — e um pouco da alma brasileira.

Um novo capítulo: R$ 40 milhões e o futuro da cachaça

Enquanto o mundo celebra, a empresa já olha para o amanhã. Em 2025, anunciou investimento de R$ 40 milhões em uma nova fábrica, com previsão de início de operações entre o final de 2026 e o início de 2027. O novo espaço terá tecnologia de ponta, mas mantendo os princípios artesanais: controle rigoroso de temperatura, reutilização de resíduos da cana e energia solar. “Não queremos apenas crescer. Queremos avançar — para novos segmentos, novos mercados, novas formas de beber cachaça”, explicou um executivo à InfoMoney.

A expansão não é só comercial. É cultural. O mercado brasileiro, antes voltado apenas para o caipirinha de bar, agora exige história, transparência e propósito. “O consumidor quer saber de onde veio a cana, quem a plantou, como foi destilada”, diz o analista de bebidas Luiz Carlos Ferreira. “A Weber Haus responde a isso. Ela não vende um produto. Ela conta uma história — e o mundo está ouvindo.”

Por que isso importa para o Brasil?

Essa conquista vai além de uma destilaria. É um símbolo. Enquanto outros países investem em whisky, gin e vodca, o Brasil tem uma bebida única — e agora, está provando que pode competir no topo. A cachaça não é mais “a bebida do povo”. É a bebida da elite global. E a Weber Haus, com seus 77 anos de rigor, é a embaixadora mais fiel desse novo momento.

Outras destilarias tentam copiar o modelo. Mas não conseguem. Porque não é só técnica. É memória. É sangue alemão misturado ao suor brasileiro. É a certeza de que excelência não nasce do acaso — nasce da obsessão.

Quais são os próximos passos?

A nova fábrica de Ivoti promete dobrar a capacidade de produção e ampliar a linha de produtos. Entre os planos: uma cachaça envelhecida em barris de vinho tinto da Serra do Sudeste e uma versão para coquetéis premium, voltada para bares de luxo em Nova York e Paris. A marca também prepara uma série documental sobre os imigrantes que fundaram a empresa — um tributo à raiz que a tornou única.

Frequently Asked Questions

Como a Weber Haus conseguiu tantas medalhas internacionais?

A Weber Haus combina tradição ancestral com controle industrial rigoroso. Seus produtos são produzidos 100% organicamente, com cana de origem própria, destilação lenta em alambiques de cobre e envelhecimento em madeiras nobres. O júri do Concours Mondial de Bruxelles avalia cegamente, sem marca ou origem — só o sabor. A consistência e a autenticidade da bebida, testadas por décadas, são a chave.

Quais são os principais mercados internacionais da Weber Haus?

Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Japão e Suíça lideram a lista. A Alemanha é especialmente importante: por conta da herança imigrante, a marca tem um apelo emocional forte lá. Nos EUA, a cachaça é cada vez mais encontrada em bares gourmet e listas de cocktails premiados. A empresa também cresce na Ásia, onde a busca por bebidas autênticas e sustentáveis está em alta.

A cachaça brasileira está realmente sendo reconhecida como premium no mundo?

Sim. Desde 2018, a cachaça brasileira dobrou sua presença em competições internacionais. A Weber Haus lidera esse movimento: seus prêmios não são isolados. Outras destilarias, como Salinas e Leblon, também estão conquistando ouros. Mas a Weber Haus é a única com mais de 180 prêmios — e a única que combina história, orgânico e inovação em escala global.

O que muda com a nova fábrica de R$ 40 milhões?

A nova unidade vai dobrar a produção, mas sem abrir mão da qualidade. Terá energia solar, reciclagem de resíduos da cana e sistemas de controle de temperatura que garantem consistência. Também permitirá a produção de novas linhas, como cachaças envelhecidas em barris de vinho e versões para coquetéis premium. O objetivo é atender mercados exigentes sem perder a essência artesanal.

Por que a edição Weber Haus 200 Anos tem um diamante na tampa?

É um tributo simbólico à herança alemã e à jornada da família Weber. O diamante de 3,65 quilates representa o valor da tradição — não o preço. A bebida em si tem notas complexas de frutas, especiarias e chocolate, e é produzida em apenas 500 garrafas. É um produto de colecionador, não de consumo cotidiano. A ideia é celebrar, não vender em massa.

A cachaça orgânica da Weber Haus é realmente diferente?

Sim. A produção orgânica elimina agrotóxicos e fertilizantes químicos, o que resulta em um sabor mais limpo e terroir mais expressivo. Estudos da Embrapa mostram que cachaças orgânicas têm menor presença de compostos voláteis indesejáveis. A Weber Haus foi a primeira grande destilaria brasileira a adotar isso em escala — e hoje, é referência mundial nisso.