Libertadores 2025: reforços estrangeiros mudam o jogo nas oitavas; Atlético Nacional segura Hinestroza

Libertadores 2025: reforços estrangeiros mudam o jogo nas oitavas; Atlético Nacional segura Hinestroza

O mata-mata começa com janela aberta e elencos turbinados

Começa nesta terça-feira, 12 de agosto, a fase de oitavas de final da Libertadores 2025. Em três noites seguidas, a América do Sul entra em modo mata-mata com jogos de alto risco e elencos mexidos pela janela de transferências. A estratégia é clara: quem chegar mais inteiro e com banco profundo aumenta a margem de manobra nos 180 minutos.

Com a janela ainda em curso em vários mercados, os clubes correm para registrar reforços dentro das regras da CONMEBOL e dos campeonatos nacionais. A maratona logística — viagens longas, climas diferentes e estádios cheios — pesa, e os técnicos pedem peças versáteis para reagir a cenários que mudam rápido: expulsões, cartões acumulados e lesões que aparecem no pior momento.

Os jogos de ida estão distribuídos entre terça e quinta. Na abertura, o Fortaleza recebe o Vélez Sarsfield às 19h (horário local). Mais tarde, às 21h30, o Atlético Nacional joga em casa contra o São Paulo, e o Peñarol mede forças com o Racing. Na quarta, o Cerro Porteño enfrenta o Estudiantes, enquanto o Flamengo encara o Internacional. Na quinta, Botafogo x LDU, Libertad x River Plate e Universitario x Palmeiras fecham a rodada de ida.

  • Terça: Fortaleza x Vélez Sarsfield (19h); Atlético Nacional x São Paulo (21h30); Peñarol x Racing (21h30)
  • Quarta: Cerro Porteño x Estudiantes; Flamengo x Internacional
  • Quinta: Botafogo x LDU; Libertad x River Plate; Universitario x Palmeiras

Vale lembrar a regra: não há gol qualificado. Se o placar agregado terminar empatado após os dois jogos, a decisão vai direto para os pênaltis. Isso muda a leitura dos times fora de casa, que tendem a buscar mais o gol em vez de segurar resultado curto.

Atlético Nacional faz mercado agressivo e mira São Paulo

Atlético Nacional faz mercado agressivo e mira São Paulo

Entre os estrangeiros, o Atlético Nacional foi quem mais mexeu nas peças. O clube de Medellín segurou o atacante Brayan Hinestroza, de 23 anos, apesar do assédio brasileiro — Botafogo e Fluminense monitoraram o jogador, mas o negócio não andou. A permanência do jovem, rápido e vertical, mantém uma referência de escape pelos lados e preserva química com o restante do ataque.

Outro ponto sensível foi a volta de Marlos Moreno. Ex-Flamengo, o atacante volta a vestir a camisa do clube colombiano com a missão de oferecer mobilidade entre linhas e experiência de mata-mata. Ele conhece o ritmo de grandes jogos no Brasil e pode ser uma válvula importante em transições, especialmente quando a partida trava no meio-campo.

No centro do tabuleiro, o Nacional trouxe Campuzano por empréstimo do Boca Juniors. O volante dá respiro na saída de bola, protege a zaga e ajuda a controlar o ritmo — qualidade valiosa em noites em que o adversário pressiona alto. Para o terço final, chegou o uruguaio Facundo Batista, um atacante de área que oferece presença física e leitura de cruzamentos. A ideia é ter alternativas para duelos aéreos e para jogos em que o time precisa de referência clara na grande área.

A lista de reforços inclui ainda o meio-campista Zapata, emprestado pelo Envigado, além de Haydar (defensor) e Bauzá (meio-campista), ambos também por empréstimo. A aposta é diluir riscos com um elenco mais comprido e, ao mesmo tempo, criar competição interna por posição em semana decisiva. Quem saiu foi o atacante Kevin Viveros, negociado com o Athletico-PR, o que abriu espaço na folha e acelerou a chegada de novas peças.

Contra o São Paulo, o plano passa por não deixar o jogo virar troca de golpes. Em casa, o Nacional tende a marcar alto nos primeiros minutos para empurrar o adversário para trás e testar a saída curta. Se a pressão não encaixar, a equipe deve recuar um passo e explorar a velocidade de Hinestroza e os movimentos de Moreno entre os zagueiros — enquanto Batista oferece a opção de bola direta. Com Campuzano equilibrando o meio, a ideia é evitar que o rival jogue nas costas dos volantes.

O São Paulo, por sua vez, costuma responder bem em jogos de peso, com controle de posse e paciência para girar de um lado ao outro até abrir o corredor. Isso exige do Nacional atenção às coberturas dos laterais e disciplina para não perder duelos na intermediária. Um detalhe que pode pesar: bolas paradas. Em mata-mata, um escanteio bem batido muda a série. Por isso, a chegada de um zagueiro como Haydar ganha sentido imediato.

Nos demais confrontos, o denominador comum é ajuste fino. River Plate e Racing reforçaram setores estratégicos ao longo da temporada, Estudiantes e Vélez costumam ser competitivos em chaves longas, e clubes como LDU e Libertad atuam bem quando a exigência física sobe. Do lado brasileiro, a exigência é máxima: Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Botafogo encaram rivais que gostam de jogo duro, com marcação forte e pouca margem para erro. A gestão de cartões e a rotação de elenco nesta semana vão dizer muito sobre quem chega inteiro aos jogos de volta.

Por que tanta pressa na janela? Porque as oitavas premiam quem resolve problemas antes que eles apareçam. Um volante para segurar vantagem fora de casa, um ponta para acelerar contra-ataques no segundo tempo, um zagueiro que limpa a área quando o jogo vira chuveirinho. O Atlético Nacional atua exatamente nessa lógica e tenta transformar contratações em pontos de sustentação quando a série aperta.

Até a próxima semana, ainda podem surgir inscrições pontuais, conforme prazos de cada país e o regulamento da competição. O recado, porém, já foi dado: a briga não é só dentro de campo. É também no detalhe do elenco, na leitura de cenário e no ritmo que cada time consegue impor nos 15 minutos finais, quando as pernas pesam e o mata-mata cobra frieza.