Simon exige expulsão de Gustavo Gómez em Palmeiras x Cruzeiro: 'Arbitragem errou grave'

  • Home
  • Simon exige expulsão de Gustavo Gómez em Palmeiras x Cruzeiro: 'Arbitragem errou grave'
Simon exige expulsão de Gustavo Gómez em Palmeiras x Cruzeiro: 'Arbitragem errou grave'

Um empate em 0 a 0 entre Sociedade Esportiva Palmeiras e Cruzeiro Esporte Clube no domingo, 26 de outubro de 2024, no Allianz Parque, em São Paulo, virou um dos grandes debates da rodada 30 do Campeonato Brasileiro — não por gols, mas por uma entrada violenta que nunca foi punida. O ex-árbitro internacional Carlos Eugênio Simon, comentarista da ESPN Brasil e ex-juiz da FIFA, não segurou as palavras: "Gustavo Gómez acerta a bola, deixa a perna e...". A frase, cortada no ar, foi suficiente para gerar ondas de indignação. O zagueiro paraguaio, de 30 anos, deveria ter sido expulso. E Simon, com 27 anos de carreira no alto escalão do futebol global, não está sozinho nisso.

"Foi um lance que merecia vermelho direto"

Simon, que apitou em duas Copas do Mundo (2002 e 2006), analisou o lance com a precisão de quem já viveu o calor do gramado. "O jogador toca na bola, mas a perna fica no ar, com o joelho na altura do quadril do adversário. É um risco real de lesão grave. A regra é clara: se você deixa o pé em uma posição que coloca outro em perigo, mesmo que toque na bola, é falta grave. Red card", explicou ele em transmissão ao vivo. O lance ocorreu no segundo tempo, mas o árbitro — que não foi identificado oficialmente — optou por apenas um cartão amarelo. Para muitos torcedores, foi o mesmo erro que já custou a vitória do Palmeiras no Maracanã, em setembro.

"Não é só o Palmeiras": a revolta de Abel Ferreira

O técnico Abel Xavier Ferreira, de 45 anos, não escondeu a fúria na coletiva pós-jogo. "Eu entendo o que o meu colega (Leonardo Jardim) falou, da frustração dele. O último jogo que eu fiz no Maracanã... como eu entendo ele!". Ele se referia ao empate em 2 a 2 contra o Clube de Regatas do Flamengo em 22 de setembro, quando uma falta de Jorginho em Gómez não foi marcada — e o Palmeiras perdeu a chance de um pênalti. Mas Ferreira foi além: "As narrativas que se criam — se é a equipe A, B ou C que é mais ou menos beneficiada — todo mundo já percebeu que não adianta criar essa narrativa hipócrita. Isso é para os nossos torcedores: preparem-se porque o Palmeiras não tem a mesma força na mídia que têm os outros clubes".

Ele apontou diretamente para o poder midiático de clubes como Flamengo, Corinthians e São Paulo, todos ligados ao Grupo Globo. "Não é só o Palmeiras. Todas as equipes são beneficiadas. Mas quando se cria uma narrativa hipócrita em cima só do Palmeiras, fica quase que: 'Vamos agora arranjar um patinho feio, um alvo, e já que estão na frente do campeonato...'. Isso foi feito muito antes do jogo. Vocês viram o que se criaram antes?". A declaração foi um soco no estômago da estrutura que, há anos, tenta deslegitimar a liderança do Verdão.

"Amadora" e o silêncio forçado de Thiago Larghi

"Amadora" e o silêncio forçado de Thiago Larghi

Enquanto Ferreira discursava, o técnico do Cruzeiro, Thiago Larghi, de 48 anos, já tinha deixado o microfone. Após o empate, ele chamou a arbitragem de "amadora" e encerrou a coletiva após responder apenas uma pergunta. Foi um gesto raro — e carregado de significado. Larghi, que lidera uma equipe em 11º lugar, não tinha nada a ganhar com uma polêmica. Mas sua reação foi a de quem viu o jogo ser roubado, não por falta de esforço, mas por falhas sistemáticas.

O Cruzeiro, com 41 pontos, ainda luta pela manutenção, mas a sensação é de que cada lance duvidoso pesa como um gol contra. A frustração é coletiva: jogadores, torcedores, até mesmo ex-técnicos da equipe já criticaram a falta de consistência nos apitos. "É o mesmo padrão de todas as rodadas. Às vezes você ganha por um pênalti que não existe, às vezes perde por um que não foi marcado. O que é isso?", perguntou um assistente técnico da equipe em off.

As próximas batalhas do Cruzeiro

O Cruzeiro tem três jogos cruciais pela frente. No dia 1º de novembro, às 16h (horário de Brasília), enfrenta o Esporte Clube Vitória no Mineirão, em casa. Depois, viaja a Porto Alegre para enfrentar o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em 5 de novembro, às 20h. E fecha a sequência em casa, contra o Fluminense Football Club, em 9 de novembro, também às 16h. Cada ponto é vital. Mas a sombra da arbitragem paira sobre cada treino.

Um campeonato dividido por apitos

Um campeonato dividido por apitos

O Palmeiras lidera com 63 pontos — cinco à frente do segundo colocado. Mas a vantagem não é só técnica: é emocional. A equipe, sem o apoio das grandes redes de mídia, construiu um time de resistência. E agora, enfrenta não só adversários, mas uma narrativa que insiste em enxergar sua liderança como injusta. "Eles não precisam de favores. Precisam de respeito", disse um ex-árbitro da CBF, que pediu anonimato. "Se o Gómez merecia vermelho, ele merecia. Se o pênalti no Maracanã era claro, ele era. O problema não é o Palmeiras. É o padrão. E esse padrão está se desmoronando".

Simon, que já apitou em finais de Libertadores e em jogos da seleção brasileira, não é um crítico casual. Ele é a voz da autoridade técnica. E ele diz: "Isso não é opinião. É regra. E a regra foi ignorada".

Frequently Asked Questions

Por que Gustavo Gómez deveria ter sido expulso?

Segundo Carlos Eugênio Simon, o lance do zagueiro paraguaio, embora tenha tocado na bola, deixou a perna elevada e em posição de risco ao adversário — caracterizando uma entrada perigosa conforme a Lei 12 da FIFA. A regra exige vermelho direto quando o jogador coloca outro em perigo de lesão, mesmo que haja contato com a bola. A falta não foi punida, mas a análise técnica confirma que a arbitragem errou.

O que Abel Ferreira quis dizer com "narrativa hipócrita"?

Ferreira acusa a mídia e alguns clubes de criar uma narrativa seletiva que culpa o Palmeiras por reclamações de arbitragem, enquanto ignora erros semelhantes contra rivais. Ele aponta que clubes como Flamengo e Corinthians têm mais influência midiática e, por isso, recebem tratamento diferenciado. A crítica é sobre desigualdade de poder, não sobre injustiça isolada.

Como o jogo contra o Flamengo em setembro está ligado a essa polêmica?

No dia 22 de setembro, no Maracanã, o Palmeiras reclamou de um pênalti não marcado quando Jorginho do Flamengo encostou em Gustavo Gómez. A falta foi ignorada, e o Palmeiras acabou perdendo por 2 a 1. Agora, em outubro, o mesmo jogador — Gómez — é alvo de uma entrada que poderia ter sido vermelha. A repetição do padrão reforça a tese de que a arbitragem é inconsistente, e que o Palmeiras é frequentemente penalizado por omissões.

Qual o impacto dessa polêmica na liderança do Palmeiras?

Com 63 pontos, o Palmeiras tem uma vantagem sólida, mas cada ponto perdido por arbitragem pesa. A equipe não tem o mesmo apoio midiático de seus rivais, o que torna cada contestação mais difícil de ser ouvida. Se os erros continuarem, a pressão sobre os jogadores e a diretoria pode aumentar, especialmente se a diferença for reduzida em rodadas decisivas.

O que o Cruzeiro pode fazer diante da arbitragem inconsistente?

O Cruzeiro, que luta para escapar da zona de rebaixamento, precisa focar no desempenho em campo e evitar reações que levem a multas. O técnico Thiago Larghi já demonstrou frustração, mas a equipe deve usar a CBF como canal formal para pedidos de revisão de lances. Além disso, o clube pode fortalecer sua comunicação com torcedores e imprensa independente para contrapor a narrativa dominante.

Simon ainda é considerado confiável como comentarista?

Sim. Carlos Eugênio Simon é amplamente respeitado por sua experiência como árbitro internacional e por sua análise técnica imparcial. Ele não tem vínculos com clubes e suas opiniões são baseadas exclusivamente nas regras da FIFA. Sua voz é uma das poucas que ainda carregam autoridade técnica em um ambiente onde a emoção e a mídia muitas vezes sobrepõem a lógica do jogo.

2 Comentários

  • Image placeholder

    Andre Luiz Oliveira Silva

    outubro 28, 2025 AT 06:01

    Mano, se o Gómez não leva vermelho nesse lance, então a regra tá escrita em tinta invisível. Tocou na bola? Tá tudo certo? Mas e o joelho no quadril do cara? Isso não é futebol, é circo com árbitro de rodeio. E o pior? Todo mundo sabe, mas ninguém fala porque o Palmeiras tá na frente e aí vira conspiração. Poxa, a regra é a regra, não é opinião da Globo!

  • Image placeholder

    Lucas Pirola

    outubro 28, 2025 AT 11:50

    ... isso aqui é o mesmo padrão de todos os jogos... sempre o Palmeiras... sempre o Gómez... sempre o árbitro que não vê... sempre o técnico que fica calado... e sempre a mídia que vira o olho... tudo igual... tudo igual... tudo igual...

Escreva um comentário