Sucessão de Francisco: Saiba Quem São os Principais Cotados para o Próximo Papa

Sucessão de Francisco: Saiba Quem São os Principais Cotados para o Próximo Papa

Quem pode ocupar o trono de São Pedro?

A movimentação nos bastidores do Vaticano ganhou força nos últimos meses com especulações crescentes sobre quem será o sucessor do Papa Francisco. Não se trata apenas de uma curiosidade sobre o futuro da Igreja Católica, mas de um verdadeiro termômetro das disputas internas entre as alas reformista e conservadora. Entre os nomes mais apontados está Matteo María Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Zuppi virou símbolo das pautas do atual pontificado, por defender um modelo mais inclusivo e flexível, além de apoiar o celibato opcional e permitir bênçãos à casais homoafetivos em sua diocese. Essas decisões, consideradas ousadas por muitos dentro da hierarquia, mostram o quanto ele está alinhado aos ventos modernizadores soprados por Francisco desde 2013.

A conexão de Zuppi com a Comunidade de Sant’Egidio, famosa pela atuação em processos de paz internacionais, adiciona ainda mais peso ao seu nome. Sua capacidade de dialogar em contextos de conflito marca uma diferença clara na abordagem diplomática, algo cada vez mais visto como essencial no mundo fragmentado de hoje.

Outros favoritos e o jogo de forças no Vaticano

Outros favoritos e o jogo de forças no Vaticano

O cenário, porém, não é de consenso. Luis Antonio Tagle, cardeal filipino à frente da Congregação para a Evangelização dos Povos, é outro nome destacado. Ele já era visto como uma das apostas de Francisco para dar continuidade ao seu projeto. Com trajetória marcada pelo contato com populações pobres, sensibilidade pastoral e habilidade administrativa, Tagle reflete a cara global da Igreja. Não foi por acaso que assumiu uma das funções mais estratégicas da Cúria Romana, sendo frequentemente chamado de “Bergogliano” – uma referência direta ao papa atual.

Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano, segue firme no páreo. Com quase 40 anos de experiência diplomática, sobretudo por sua atuação nas negociações entre a Santa Sé e a China, Parolin representa uma ala de estabilidade administrativa e cuidado nas articulações externas. Embora algumas de suas decisões tenham sido alvo de críticas, especialmente em acordos questionados por setores conservadores, é inegável que ele personifica a continuidade institucional e a capacidade de manter a máquina vaticana em funcionamento diante de desafios geopolíticos complexos.

Vale lembrar de outros que circulam nas apostas: Péter Erdö, arcebispo de Budapeste, reconhecido por sua inteligência e competência de gestão na Igreja húngara, e Robert Sarah, cardeal guineense de perfil rígido e tradicionalista. Sarah tem seus defensores entre os que querem uma guinada mais conservadora, bem distante do atual espírito de mudanças. Esse mosaico de nomes só reforça como o conclave a ser convocado promete tensão e debates acalorados sobre o futuro rumo da Igreja.

No fim das contas, a sucessão de Francisco está longe de ser mera formalidade. O perfil do próximo pontífice vai sinalizar se a Igreja Católica vai manter o ritmo das reformas ou buscará um retorno a posicionamentos mais tradicionais – e o embate entre essas duas visões nunca esteve tão explícito.